Atletas se deixam levar por marketing e fazem uso impróprio de suplemento


Vários suplementos nutricionais são utilizados na prática esportiva, por atletas ou apenas praticantes de atividade física, para melhora da performance. Existe grande marketing no potencial de ação destes produtos levando milhares de esportistas ao uso indevido, como quantidade, tipo, forma ou tempo inapropriado.  

Estudos recentes apontam que as principais fontes de prescrição seriam os treinadores e/ou educadores físicos, seguidos de vendedores de loja e amigos. Médicos e nutricionistas, que seriam os profissionais habilitados para tal indicação, não são as principais fontes de prescrição.

Vinte e duas academias de Porto Alegre participaram de um estudo publicado na Revista Brasileira de Ciências do Esporte, onde entrevistaram 316 indivíduos com idade entre 18-59 anos. Observou-se um expressivo uso de suplementos nutricionais pelos participantes (28,8%), com maior uso de suplementos a base de proteínas. Outro achado no estudo, foi que homens utilizam mais suplementos alimentares quando comparado as mulheres.

Pesquisadores atribuem tal achado ao fato de que homens tendem a ingerir suplementos alimentares de forma mais regular para manutenção dos objetivos. Já as mulheres utilizam de forma mais ocasional, pois buscam imediatismo em seus objetivos com a prática de exercício e procuram ajuda dos suplementos para alcançar os resultados desejados. As mulheres teriam maior preocupação com a saúde do que os homens e mais cautela com o uso de produtos. (FAYH e colaboradores, 2013).

A Anvisa divide os suplementos alimentares em categorias: hidroeletrolíticos (isotônicos: carboidrato/ sódio/ potássio), energéticos (carboidratos: maltodextrina em gel, pó ou suco), suplementos de proteínas (pó, cápsulas, barra de proteínas), produtos para substituição parcial de refeições (shakes ou pós capazes de suprir eventuais necessidades de proteínas, carboidratos e gorduras),  creatina (proteína para liberação rápida de energia em atividades de alta intensidade, como atletismo e natação) e bebidas com cafeína (energéticos e estimulantes).

Alguns exemplos dos suplementos mais utilizados:

Caseína: proteína do leite, absorvida de forma mais lenta do que o whey protein. A lentidão da caseína irá conduzir a um pequeno, mas constante aumento de aminoácidos no sangue, durante pelo menos 7 horas.

Whey Protein: proteínas do soro do leite. São absorvidas mais rápidas do que a caseína. Excelente perfil de aminoácidos, similar ao do músculo esquelético, é a fonte mais concentrada de aminoácidos essenciais inclusive BCAA (principalmente Leucina).

BCAA: aminoácidos essenciais de cadeia ramificada são valina, leucina e isoleucina.
Ação: Recuperação muscular retarda a fadiga central, ganho de massa muscular

Creatina: aminoácido apontado como o suplemento nutricional de maior eficiência na melhora do desempenho em exercícios de alta intensidade e no aumento de massa muscular.

Bebida esportiva: isotônico/ Gel carboidrato/ Jujuba de carboidrato: repositores de 4 a 8 % de carboidrato, sódio e potássio. Sendo indicado em atividade aeróbica (corrida, natação, ciclismo, trekking) acima de 1 hora ou 10km.

A prescrição ou indicação de um suplemento alimentar depende da: alimentação/ programa alimentar; exercício físico/ modalidade esportiva; fase do treinamento; objetivo; história clínica.

Não existe “receita de bolo”. Os suplementos precisam sempre ser reavaliados e até retirados quando os objetivos são alcançados.


Fonte: Globo.com

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