Cigarro está associado a 26% das mortes por todos os tipos de câncer


O câncer é uma doença que pode ser evitada, tratada e, principalmente, curada - quanto antes for feito o diagnóstico, maior a chance de cura.

Segundo uma pesquisa feita em abril deste ano, 1,7 milhão de casos de câncer serão detectados no Brasil até 2030 e mais de 1 milhão de mortes ocorrerão anualmente - por isso, é importante tomar alguns cuidados de prevenção, como alertaram o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui e o oncologista Carlos Barrios no Programa Bem Estar da última quarta-feira.

O primeiro alerta vai para o estilo de vida – fumar, por exemplo, é um dos principais fatores de risco e está associado a 26% das mortes por todos os tipos de câncer e a 84% das mortes por câncer de pulmão. No entanto, vale lembrar que além do câncer de pulmão, o cigarro também pode aumentar as chances de câncer bucal, laríngeo, faríngeo, esofágico, hepático, pancreático, gástrico, renal, vesical, do colo do útero, intestinal e de mama.

Fora largar o tabagismo, é importante ainda se preocupar com o excesso de peso já que a obesidade está relacionada ao câncer colorretal, renal, da vesícular biliar, de mama e endométrio.

Por isso, manter uma dieta rica em frutas, verduras e fibras e restrita em carnes vermelhas e processadas é um dos fatores essenciais na prevenção. Além disso, é importante manter uma rotina regular de atividade física para manter o peso saudável, fatores associados ao baixo risco de câncer.

Segundo os médicos, vale lembrar a importância de se proteger durante a relação sexual e evitar o compartilhamento de objetos cortantes, como alicates, barbeadores e pinças, hábitos que evitam os vírus HIV e da hepatite C, que podem levar ao câncer.

No caso das mulheres, inclusive, é preciso ter a preocupação com a realização de alguns exames, como a mamografia, que pode rastrear e evitar que o câncer de mama evolua para o óbito, e também com o Papanicolau, que reduz o risco de complicações porque diagnostica precocemente o câncer de útero. O cirurgião Fábio Atui lembra, no entanto, que exames de sangue oculto e colonoscopia também são importantes para evitar que problemas no intestino cheguem a quadros mais graves.

Alguns tratamentos também podem ajudar a prevenir cânceres e complicações causadas por eles, como mostrou a reportagem da Marina Araújo. Por exemplo, a radioterapia consegue impedir que a região do corpo próxima ao tumor seja afetada – segundo o radio-oncologista Robson Ferrigno, esse procedimento aumentou as chances de cura e diminuiu os efeitos colaterais. Porém, no caso da quimioterapia, técnica que utiliza drogas para atacar a célula tumoral, existem alguns efeitos colaterais, como a queda de cabelo, por exemplo.

A reportagem mostrou também a hormonioterapia, que impede que os hormônios cheguem e alimentem o tumor, fazendo com que ele morra “de fome”. De acordo com o oncologista Fernando Maluf, esse tratamento consegue, em 90% dos casos, diminuir a doença de forma significativa e mantê-la controlada em muitos pacientes por anos. Por último, existe a imunoterapia, que aumenta a potência do sistema imunológico do paciente para que ele se defenda melhor contra o câncer.

No entanto, como lembrou o cirurgião Fábio Atui, existem tratamentos que podem prevenir o câncer, como o feito contra a bactéria H. pylori, associada ao câncer gástrico. Por isso, o remédio contra essa bactéria reduz muito o risco da doença nessas regiões do corpo, assim como o tratamento para hepatites, por exemplo.

Porém, no caso da hepatite B, há ainda a opção de vacina – as hepatites virais são as causas primárias do câncer hepático e, por isso, manter-se vacinado é uma maneira de se proteger. O mesmo vale para o HPV, que causa câncer do colo do útero, de vagina, vulva, ânus e pênis – nesse caso, a vacina apresenta ótimos resultados de prevenção e, no Brasil, será ofertada gratuitamente para meninas.


Fonte: Globo.com

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