10 coisas sobre o crack que você precisa saber

Crack. Essas cinco letras representam um grande tormento na vida de diversos dependentes químicos e suas famílias. Perigosa e potente, foi-se o tempo em que era uma droga das grandes capitais. Hoje, o interior do Brasil também vê cidadãos largarem tudo pelo crack.  Veja a seguir 10 coisas sobre o crack que você precisa saber:

1) O crack é preparado à base da mistura da pasta de cocaína com bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada. Também são misturadas outras substâncias tóxicas, como gasolina e querosene. A pedra de crack é fumada em cachimbo, tubo de PVC ou aquecida numa lata. Após ser aquecida em temperatura média de 95ºC, passa do estado sólido ao de vapor. Quando queima, produz estalos (cracking). Daí o nome crack.

2) Os primeiros relatos nos Estados Unidos sobre a versão fumada da cocaína, chamada de freebasing, surgiu por volta de 1984. Após alteração no modo de preparo, surgiu o crack.

3) No Brasil, os primeiros relatos de consumo da droga são de 1989, nos bairros de São Mateus, Cidade Tiradentes e Itaim Paulista, na periferia da zona leste paulistana. Seis anos depois, ela já era considerada uma epidemia.

4) O que faz do crack uma droga mais potente e perigosa para o usuário é sua forma de absorção pelo organismo. Por ser fumado, a rapidez e a intensidade com que age no cérebro são muito maiores.

5) No organismo, o crack leva de 8 a 15 segundos para chegar ao cérebro, graças à eficiente absorção dos alvéolos pulmonares.

6) O prazer que o crack causa – narrado por quase todos os usuários – e seu potencial de dependência estão diretamente ligados aos efeitos provocados por ele no sistema de recompensa do cérebro. Artificialmente, eles geram uma sensação de prazer, bem-estar e euforia em grau muito mais elevado, por exemplo, que os gerados naturalmente pelo sexo ou por uma situação que causa felicidade.

7) À saúde, o crack pode provocar arritmias cardíacas, infarto, uma subida rápida da pressão arterial que pode levar a um derrame. Além de alterações na capacidade de habilidades cognitivas, do tipo atenção, memória, capacidade de concentração. O uso em grande quantidade e por longo período pode provocar uma série de danos também em outros órgãos vitais, como rins, fígado e pulmões.

8) As principais mudanças no comportamento de um dependente de crack é o abandono de interesses, seja da família, relacionamento afetivo, amigos ou trabalho. Há também mudanças físicas, como envelhecimento precoce e pele ressecada, comportamento deprimido, descuido na aparência, irritação, agressividade e mudança de hábitos alimentares.

9) Segundo estudo da Unifesp que avaliou dependentes de crack 12 anos após receberem alta do hospital, 20% dos usuários morrem. Sendo que, destes, 59% assassinados, 22% Aids, 19% outros.

10) Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que oito em cada dez dependentes de crack desejam tratamento.


Fonte: Jornal Estadão

Traumas infantis podem deixar dependentes químicos mais vulneráveis a recaídas


A vivência de eventos traumáticos na infância, como abuso físico, sexual ou emocional, deixa marcas que, não raro, se manifestam em transtornos psíquicos na vida adulta. Agora, um estudo da Escola de Medicina da Universidade Yale, publicado no JAMA Psychiatry, associa o trauma à redução do volume cerebral de áreas importantes para o aprendizado e o controle das emoções, o que, no caso de dependência química, interfere na capacidade de recuperação.Os cientistas registraram imagens do cérebro de 175 pacientes que estavam em tratamento de dependência de drogas e pessoas saudáveis (grupo de controle). Nos dois grupos havia indivíduos que relataram haver sofrido abuso na infância.

Os pesquisadores observaram, nas vítimas de abuso, redução no volume de células cerebrais no complexo hipocampal, com papel importante no aprendizado, na memória e no processamento de emoções. Entre os dependentes em tratamento, aqueles com menor volume cerebral no complexo hipocampal revelaram-se significativamente mais vulneráveis a voltar a usar drogas.“Podemos começar a pensar alternativas para lidar com a patologia subjacente ao abuso de substâncias”, diz a psiquiatra Rajita Sinha, autora do estudo.

“O próximo passo é pesquisar exercícios e medicamentos que possam estimular o crescimento de novas células e conexões neurais nessas regiões específicas e reduzir o impacto dos prejuízos provocados por traumas”, conclui.

Fonte: revista Mente e Cérebro

Cigarro, o prazer que arruína e mata


É proibido fumar em locais fechados e até nas calçadas em que há mesas de bar — agora é lei; aliás, debaixo de qualquer toldo a fumaça não se dilui e está vetada; fumódromos foram eliminados das empresas; não se pode fumar nos meios de transporte público nem nos táxis. Nos Estados Unidos e em alguns países europeus é proibido também fumar nos parques públicos e até em calçadas.

As restrições vão se alastrando, o cerco se fecha, transformando os fumantes em cidadãos de segunda classe ou portadores de doença contagiosa, pois passivos também podem sofrer as consequências. Sem falar daquelas ilustrações assustadoras estampadas nos maços de cigarro.

Cheiro de fumaça desagrada aos mais sensíveis, principalmente ex-fumantes, temerosos de voltar ao vício; em casa, geralmente, nada é proibido. Mas a reação da família costuma ser tão severa que o melhor é sair à rua para umas baforadas; essa reação costuma ser mais irada por parte dos mais jovens, que hoje em dia recebem as informações mais cedo.

E assim o mundo vai ficando cada vez menor e mais restrito para os fumantes, que não devem se queixar de perseguição ou de preconceito. Trata-se apenas de uma natural manifestação da Humanidade pela preservação da vida. E os próprios viciados sabem disso.

No último dia 31 de maio foi celebrado mais um Dia Mundial sem Tabaco, data criada em l987 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com foco também nos danos que a produção e o uso do tabaco provocam no meio ambiente, na exploração do trabalho infantil e nas consequências do fumo passivo. No Brasil, o tema foi Fumar: faz mal pra você, faz mal pro planeta.

Uma pesquisa feita pelo IBGE e pelo Ministério da Saúde mostrou que aproximadamente 25 milhões de brasileiros com mais de 15 anos fumam derivados de tabaco. Pior: 93% dos fumantes declararam ter ciência dos males do fumo e 67% perceberam campanhas antitabaco nos meios de comunicação. Apesar disso, apenas 52% tinham planos de parar e só 7% queriam pôr a ideia em prática no mês seguinte à pesquisa.

Como se vê, a luta entre a vontade de parar e a dependência dos componentes químicos do cigarro é de vida ou morte. Alguns medicamentos e uma boa terapia hoje são mais eficientes no combate ao tabaco. Porém, o milagre da cura só depende mesmo da força de vontade do fumante.

Uma ajuda importante certamente está no livro do professor Paulo Frigério A insuperável alegria da vitória – Como nocautear o cigarro e evitar tragédias, da Scortecci Editora. Pouco mais de cem páginas de uma emocionante vitória sobre o vício.

Pois, afinal, os números são alarmantes. Segundo a OMS, a cada ano, cerca de 5 milhões de pessoas morrem por fatores ligados ao tabaco; em duas décadas, podem ser 8 milhões, a maioria em países com menor renda. Alerta da OMS: “O tabaco mata mais que tuberculose, Aids e malária juntas”. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, 11% das mortes são atribuídas ao cigarro. Entre as provocadas por câncer de pulmão, traqueia e brônquios, 72% devem-se ao tabagismo.

Números semelhantes podem ser relacionados às mortes provocadas por doenças do coração, como AVCs, hipertensão, ataque cardíaco, aterosclerose e outras. A fumaça do cigarro é uma mistura de mais de 4.700 substâncias tóxicas, todas com alto poder de destruição, como monóxido de carbono, alcatrão ou nicotina.

Por mais que o fumante tenha prazer no seu vício, ele precisa saber que, aos poucos, está também a caminho de um enfarte. O Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos Estados Unidos relacionou algumas causas de doenças cardíacas provocadas pelo fumo;

Espessamento do sangue, o que dificulta o transporte de oxigênio às extremidades do corpo por meio da circulação;

— Aumenta a pressão e o ritmo cardíaco, o que força o coração a trabalhar mais;

Reduz as taxas de colesterol bom (HDL) e aumenta o colesterol ruim (LDL) na corrente sanguínea;

Provoca ritmo cardíaco anormal e aumenta a reação inflamatória do corpo, o que favorece o aparecimento de placas de gorduras nas artérias;

Endurece as paredes das artérias, deixando-as mais estreitas e dificultando assim o bombeamento de sangue pelo músculo cardíaco.

Esses são os perigos, embora os males comprovados nem sempre tenham sucesso na luta antitabaco. Esse dado também preocupa: um levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira mostrou que quase dois terços (65%) dos fumantes atendidos ali não conseguem largar o cigarro. Mesmo com o diagnóstico de tumor.

A verdade é que esse corredor é muito estreito e perigoso — não vale a pena entrar nele. Poucos conseguem atravessá-lo, muitos são abatidos antes por alguma doença; quem insiste sabe que terá terríveis desafios pela frente, com poucas chances de sucesso, pois nada neste caminho favorece — e o final é quase sempre de tristeza. Portanto, arme-se de força de vontade e fuja desse vício enquanto é tempo.

Afinal, viver bem e com boa saúde ainda é a melhor escolha.

Fonte:Jornal do Brasil

Governo Entrega Serviço Inédito para Dependência Química Infantil


Ontem o Governo do Estado entregou uma nova unidade de saúde na cidade de Lins, voltada ao tratamento de crianças e adolescentes com dependência química. São 16 leitos de internação, localizados no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) Clemente Ferreira, para atendimento de pacientes entre 7 e 14 anos.
Este é um modelo inédito de atendimento e os pacientes infantis contarão com o apoio de uma equipe de 34 colaboradores, entre eles: médico clínico, psiquiatra, assistente social, educador físico, psicólogos, terapeuta ocupacional, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem.

“Infelizmente nós temos crianças e adolescentes com problema de dependência química, então, aqui vai ser um centro de referência para tratamento desses casos”, explicou o governador Geraldo Alckmin. O Governo do Estado investiu R$ 326,4 mil na reforma, readequação de espaço e compra de mobiliário, e custeio anual de R$1,6 milhão.

O Cais Clemente Ferreira oferece atendimento à dependência química, gerenciando 90 leitos para atendimento de pacientes psiquiátricos de longa permanência e 190 leitos para pacientes neurológicos infanto-juvenis e adultos portadores de múltiplos agravos à saúde.

Para o novo atendimento, os pedidos de internação serão regulados pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) de Bauru, a partir de encaminhamento de pacientes feito pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da região.

Fonte: Uniad