Pacientes co-infectados com HIV e hepatite C que bebem correm maior risco de desenvolver hepatite avançada
O consumo de álcool tem sido há muito associado a um maior risco de desenvolver fibrose hepática avançada, mas um novo estudo publicado online na Doenças Infecciosas Clínicas pelos pesquisadores da Penn Medicine e outras instituições mostra que a associação é drasticamente maior em pessoas co-infectadas com HIV e com o vírus da hepatite C crônica (HCV). Mesmo que bebam pouco (“não perigosamente”) – que geralmente significa risco relativamente baixo de desenvolver a doença em pessoas não infectadas –, o uso foi ligado a um maior risco de desenvolver fibrose hepática no grupo de co-infectados.
As razões que levam a este fenômeno não são inteiramente compreendidas, mas estudos pré-clínicos demonstraram que os dois vírus podem induzir a morte de células do fígado e que a dependência do álcool pode acelerar este processo e mais facilmente levar à fibrose hepática grave. A toxicidade para o fígado de medicamentos antirretrovirais também pode ser agravada pelo álcool.
"Nós mostramos que há um risco muito maior para os co-infectados em comparação com pessoas não infectadas, para todos os níveis de consumo de álcool – do uso “não perigoso” até o perigoso/binge, uso abusivo e dependência”, disse o autor sênior Vincent Lo Re, professor assistente de Medicina e Epidemiologia da divisão de Doenças Infecciosas e do Departamento de Bioestatística e Epidemiologia da Universidade da Pensilvânia e médico infectologista no Centro Médico de Assuntos de Veteranos da Filadélfia. “Essa descoberta destaca o quanto é importante que os clínicos ofereçam aconselhamento para pacientes co-infectados para que estes reduzam o consumo de álcool. Mais comunicação e educação sobre os riscos do álcool podem levar os pacientes a reduzirem o consumo ou pararem completamente este uso, o que vai ajudá-los a reduzir a incidência de complicações”.
Poucos estudos têm investigado a associação entre álcool e doença hepática em pacientes co-infectados com HIV e HCV, e nenhum deles comparou os riscos com pessoas não infectadas.
Para o estudo, os pesquisadores, dentre eles o autor principal Joseph K. Lim, da Escola de Medicina da Universidade de Yale e do Sistema de Saúde de Temas de Veteranos de Connecticut, realizaram um estudo transversal com 7.270 participantes do Estudo das Tropas de Veteranos Seniores: 701 deles estavam co-infectados com HIV e com HCV; 1410 estavam infectados somente com HIV; 296, somente com HCV; e 1.158 não estavam infectados. O consumo de álcool foi determinado pelos questionários e diagnósticos de abuso e de dependência do Teste de Consumo para Identificação de Distúrbios do Uso do Álcool e classificados como uso não perigoso, uso perigoso/binge e diagnósticos relacionados ao álcool.
A equipe descobriu que, independentemente do status de infecção por HIV ou HCV, a prevalência de fibrose hepática avançada aumentou à medida que a categoria de uso de álcool aumentava. No entanto, as associações mais fortes foram observadas em pacientes co-infectados em todas as categorias de álcool em comparação com não-bebedores de risco não infectados.
Indivíduos co-infectados que faziam uso não perigoso da bebida tinham 13 vezes mais chances de desenvolver fibrose hepática avançada do que pessoas não infectadas que relataram fazer uso não perigoso. Doentes co-infectados com histórico de uso perigoso/binge tinham 17 vezes mais chances de desenvolver a doença, enquanto que aqueles que tiveram diagnóstico relacionados ao álcool tinham 21 vezes mais chances de desenvolver fibrose hepática avançada em comparação com os seus homólogos que faziam uso não perigoso e não estavam infectados com nenhum dos vírus.
“A diferença entre os grupos de co- infectados e não infectados foi gritante. Dada a prevalência do uso do álcool em indivíduos co-infectados, é importante determinar os padrões de uso de álcool, como, por exemplo, uso não perigoso e até mesmo uso binge, que tradicionalmente não se acreditava que estavam contribuindo para o desenvolvimento da fibrose hepática”, disse o Dr. Lo Re.
Fonte: Traduzido e adaptado de Medical News Today
Metade dos brasileiros agredidos na infância ou adolescência se torna usuários de drogas, aponta estudo
Metade dos brasileiros que sofreu agressões físicas ou sexuais durante a infância ou adolescência se torna usuário de drogas ilícitas, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo 2º Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas – Violência Contra a Criança ou Adolescente), da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

E segundo a pesquisa, de cada dez brasileiros dois relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência na infância ou adolescência, o que representa mais de 30 milhões de pessoas.
Os traumas sofridos durante a fase colocam a vítima em uma situação de risco para o consumo de drogas até quatro vezes mais do que quem nunca foi agredido.
Em um levantamento foi feito em 149 municípios do País, com 4.607 pessoas de todas as idades entrevistadas em casa. Desse total, 22% disseram que já foram vítima de violência física ou sexual severa.
Segundo a pesquisadora Clarice Madruga esclarece que somente 20% da violência praticada contra a criança ou adolescente chega a ser reportada à polícia. Como a pesquisa foi feita em casa, com sigilo das fontes, os resultados mostraram que a agressão é muito maior do que se imagina.
— A criança chega com um braço quebrado ao hospital ou um tipo de machucado e os funcionários não questionam, não estão com o olhar voltado para identificar a violência doméstica. O que chega à polícia são os casos mais graves, envolvendo mortes. Esse silêncio colabora para que a criança sofra com frequência durante um longo período. A partir disso, ela inicia mais cedo o uso de substâncias químicas por terem um quadro maior de depressão.
Os entrevistados apontaram ainda que em 20% das situações de agressão, o agressor havia bebido. Do total que sofreram agressões sexuais, 33% foram praticadas por parentes, 25% por algum amigo da família, 18% por um estranho, 17% não quiseram informar, 2,7% por vizinhos, 1% pelo professor, padrasto, padre ou pai. As meninas são as que mais sofrem abuso sexual, representando o dobro de vítima em relação aos meninos.
Com o abuso físico e psicológico, a saúde emocional da vida adulta fica comprometida, de acordo com a pesquisa. O estudo recomendou a divulgação do Disque 100 - denúncia contra os direitos humanos e dos serviços do Conselho .
Fonte:Levantamento Nacional de Álcool e Drogas
Adultos de meia-idade usuários de maconha podem estar sob maior risco de desenvolver complicações cardíacas
O uso da maconha pode resultar em complicações cardiovasculares – e até mesmo em morte – entre jovens adultos de meia idade, de acordo com um estudo francês publicado no Journal of the American Heart Association.
“Em pesquisas anteriores, descobriu-se que vários casos notáveis de complicações cardiovasculares causaram a internação de jovens usuários de maconha”, disse Émilie Jouanjus, Ph.D., autora principal do estudo e membro da faculdade de medicina do Centro Hospitalar Universitário de Toulouse, em Toulouse, na França. "Esta descoberta inesperada merece ser melhor analisada no futuro, especialmente se levarmos em conta que o uso medicinal da maconha tornou-se mais prevalente, e alguns governos estão a legalizando o uso.”
Os pesquisadores analisaram as complicações cardiovasculares graves relacionadas ao uso da maconha que foram relatadas à rede francesa Addictovigilance entre 2006 e 2010. Eles identificaram 35 casos de doenças cardiovasculares e vasculares relacionadas ao coração, ao cérebro e aos braços e pernas.
Entre as suas conclusões estão:
• A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com idade média de 34,3 anos,
• Cerca de 2 por cento (35) das 1.979 complicações relacionadas à maconha eram complicações cardiovasculares.
• Dos 35 casos, 22 estavam relacionados ao coração, incluindo 20 ataques cardíacos; 10 eram periféricos, com doenças relacionadas a artérias nos membros; e três estavam relacionados a artérias cerebrais.
• A percentagem de complicações cardiovasculares relatadas mais do que triplicou entre 2006 e 2010.
• Nove pacientes, ou 25,6 por cento, morreram.
Os pesquisadores observaram que o uso da maconha e quaisquer complicações de saúde resultantes são provavelmente subnotificados. Há 1,2 milhões de usuários regulares na França, portanto há potencialmente uma grande quantidade de complicações que não são detectados pelo Sistema Addictovigilance.
"O público em geral pensa a maconha é inofensiva, mas a informação revelando os perigos potenciais à saúde do uso de maconha deve ser divulgada ao público, aos tomadores de decisão e aos profissionais de saúde”, disse Jouanjus.
Pessoas com deficiências cardiovasculares pré -existentes parecem estar mais propensas aos efeitos nocivos da maconha.
“Atualmente, há evidências convincentes sobre o risco crescente de efeitos cardiovasculares adversos associados à maconha, especialmente em pessoas jovens”, disse Jouanjus. “Portanto, é importante que os médicos, incluindo cardiologistas, estejam cientes disso e considerem o uso da maconha como uma das possíveis causas de doenças cardiovasculares”.
A observação de relatórios relacionados à maconha e de doenças cardiovasculares deve continuar, e mais estudos precisam ser feitos para entender como o uso da maconha pode desencadear eventos cardiovasculares, disse Jouanjus.
Fonte: Traduzido e adaptado de Medical News Today
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