Jovens das melhores universidades dos Estados Unidos não acham que tomar remédio para déficit de atenção é trapacear
Cerca de um em cada cinco estudantes da Ivy League (grupo que reúne as melhores universidades dos Estados Unidos) admitiram terem utilizado receitas para drogas contra o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) enquanto estudavam, e um terço dos estudantes universitários não acha que isso estariam trapaceando por fazerem isso, de acordo com uma nova pesquisa.
Medicamentos para TDAH, como adderall ou ritalina, são comumente utilizados de maneira errada entre pessoas que não têm um diagnóstico para a doença, como uma maneira d se concentrar melhor e ter uma melhor performance. Um artigo de 2011 do COllege Board relatou que ainda que os números disponíveis sejam poucos, os estudantes conseguem obter e usar drogas para TDAH e para diagnósticos de distúrbios cognitivos para tirar vantagens acadêmicas, diz o The New York Times. É claro, existem pessoas que sofrem desses distúrbios genuinamente, mas o novo estudo focou nos estudantes que não sofrem com o TDAH.
Os pesquisadores, que apresentarão suas descobertas na reunião anual Sociedade Acadêmica de Pediatria (SAP) dos Estados Unidos, entrevistaram 616 estudantes em universidades “altamente seletivas” (os pesquisadores não disseram quais) e descobriram que 18% deles usaram as drogas por razões acadêmicas, e 24% já o tinham feito oito ou mais vezes. Calouros universitários estavam mais propensos a abusar da medicação, e estudantes que praticavam esportes ou estavam envolvidos em irmandades acadêmicos também abusaram com mais frequência das drogas. Já que os pesquisadores excluíram todos com um diagnóstico de TDAH, todos os estudantes estavam, portanto, usando as drogas ilegalmente. Os pesquisadores não perguntaram sobre a fonte dos medicamentos, mas disseram em um e-mail que geralmente estes provinham de outros estudantes.
Quando perguntados se esse tipo de comportamento poderia ser qualificado como trapaça, um terço dos estudantes disseram que não, 41% disseram que era, e 25% disseram não ter certeza. Pessoas que usaram medicamentos para TDAH também estavam mais propensas a pensar que esse era um fenômeno comum no campus.
Mais e mais pessoas estão sendo diagnosticadas com TDAH, incluindo adultos. O número de adultos tomando drogas para TDAH aumentou 50% entre 2008 e 2012 nos Estados Unidos, de acordo com um relatório. Uma das partes mais difíceis de investigar o distúrbio é que os médicos precisam determinar quem tem o distúrbio legitimamente e quem está procurando-o por razões de melhora de performance. Os pesquisadores disseram que o estudo levantou questões sérias para os fornecedores: “Na medida em que alguns estudantes de ensino médio e de universidades relataram ter fingido sintomas de TDAH para obter medicamentos estimulantes, os médicos deveriam tomar mais cuidado ou tomar medidas mais conservadoreas quando fossem diagnosticar TDAH em adolescentes pela primeira vez?”, o autor do estudo, Dr. Andrew Andesman, chefe de pediatria do desenvolvimento e do comportamento no Centro Médico para Crianças Steven & Alexandra Cohen de Nova Iorque, disse em uma declaração.
Fonte: Traduzido e adaptado da Time
A lei uruguaia que legaliza a maconha
A Lei uruguaia que legaliza a maconha, cuja regulamentação foi anunciada nesta sexta-feira, é a primeira do mundo na qual o Estado assume o controle total da cadeia de produção da droga.
Estes são os principais aspectos da lei e de sua regulamentação:
- A iniciativa discrimina entre uso da maconha para pesquisa científica, fins medicinais, distintos processos industriais e consumo recreativo. Até o momento, o governo regulamentou apenas o uso recreativo.
- Criação de um Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA), que funcionará na esfera do ministério da Saúde Pública e controlará cultivo, colheita, produção, distribuição e venda da maconha.
- Concessão de duas a seis licenças a empresas privadas para o plantio da maconha. O governo estima a área máxima de cultivo em 10 hectares para responder à atual demanda.
- Permissão para cinco variedades de sementes - com no máximo de 15% de Tetrahidro cannabinol (THC) - cuja origem será determinada após a licitação para plantio, o que deve ocorrer nos próximos 15 dias.
- Caso haja excesso sobre a safra autorizada, a maconha excedente será entregue ao Estado.
- Permissão para o cultivo pessoal com limite de seis pés de maconha ou produção máxima de 480 gramas por lar; ou cultivo em clubes de fumantes - com entre 15 e 45 sócios - com número proporcional de pés, até o limite de 99.
- Aquisição de sementes e das variedades plantadas deverão ser registradas no IRCCA, assim como o local de cultivo.
A partir da criação do registro, haverá 180 dias para a inscrição dos cultivos pessoais.
- Concessão de licenças de venda de maconha nas farmácias.
- Registro único de todos os usuários, que estarão amparados pela lei de proteção dos dados pessoais. Nas farmácias, os usuários apresentarão seu número de registro no IRCCA, e serão submetidos a controle de impressão digital, mas em nenhum momento o vendedor terá os dados pessoais dos clientes.
- A produção da maconha sem autorização legal será castigada com pena superior a 20 meses de prisão.
- Os usuários registrados e habilitados para o consumo recreativo deverão ter mais de 18 anos, nacionalidade uruguaia ou residência permanente no país.
- Está proibido o consumo de maconha em locais publicos fechados e no horário de trabalho. Dirigir sob efeito de maconha é considerado crime.
- Proibição de qualquer forma de publicidade da maconha, que será vendida sem nome ou marca específica.
Fonte: Terra Notícias
Parar de fumar por oito semanas pode reverter danos às artérias
Parar de fumar por oito semanas pode reverter a lesão endotelial causada pelo tabagismo. É o que sugere estudo apresentado no Congresso da European Society of Cardiology, nos EUA. No entanto, os resultados mostraram que a serotonina permaneceu elevada, sugerindo que oito semanas de interrupção é insuficiente para reverter o risco de infarto do miocárdio.
"Fumantes têm duas vezes mais probabilidade de ter um ataque cardíaco do que pessoas que nunca fumaram. Parar de fumar é a coisa mais importante que as pessoas podem fazer para reduzir seu risco de doença cardiovascular. Mas, até agora, os estudos não analisaram se o aumento do risco causado pelo tabagismo é completamente revertido após parar de fumar", afirma o pesquisador principal Yasuaki Dohi.
A equipe investigou a forma como o sistema vascular é alterado pelo fumo e se as mudanças podem ser normalizadas por meio da abstinência. Eles se concentraram sobre os efeitos do tabagismo e da cessação do tabagismo na função endotelial arterial e na concentração de serotonina circulante.
Tanto a disfunção endotelial quanto a serotonina contribuem para o desenvolvimento da aterosclerose. Serotonina liberada a partir de plaquetas induz a agregação de plaquetas, o que inicia a coagulação do sangue e as contrações em artérias, em especial aquelas com endotélio danificado.
A fumaça de cigarros contém moléculas tóxicas, incluindo nicotina, monóxido de carbono e cianeto de hidrogênio que pode causar e promover aterosclerose via disfunção endotelial e aumento da atividade de coagulação do sangue.
O estudo incluiu 27 fumantes aparentemente saudáveis do sexo masculinos e 21 não fumantes. A função endotelial foi avaliada por meio da tonometria arterial periférica (PAT).
Fumantes que alcançaram a cessação completa do tabagismo tiveram um aumento significativo da proporção PAT, mas os níveis de serotonina não foram alterados significativamente. "Isto indica que a função endotelial melhorou após oito semanas de cessação do tabagismo, mas os níveis de serotonina se mantiveram em níveis perigosamente altos", observa Dohi.
De acordo com os pesquisadores, após 8 semanas sem fumar, a função endotelial melhorou, mas a serotonina manteve-se elevada, sugerindo que os pacientes ainda estão em maior risco de doença cardiovascular. "Mais estudos são necessários para ver se a parar de fumar a longo prazo pode inverter completamente os danos causados pelo tabagismo", concluem os pesquisadores.
Fonte: Saúde.net
A ritalina e os riscos de um "genocídio do futuro
Para uns, ela é uma droga perversa. Para outros, a "tábua de salvação". Trata-se da ritalina, o metilfenidato, da família das anfetaminas, prescrita para adultos e crianças portadores de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Teria o objetivo de melhorar a concentração, diminuir o cansaço e acumular mais informação em menos tempo. Esse fármaco desapareceu das prateleiras brasileiras há poucos meses (e já começou a voltar), trazendo instabilidade principalmente aos pais, pela incerteza do consumo pelos filhos. Ocorre que essa droga pode trazer dependência química, pois tem o mesmo mecanismo de ação da cocaína, sendo classificada pela Drug Enforcement Administration como um narcótico.
No caso de consumo pela criança, que tem seu organismo ainda em fase de formação, a ritalina vem sendo indicada de maneira indiscriminada, sem o devido rigor no diagnóstico. Tanto que, no momento, o país se desponta na segunda posição mundial de consumo da droga, figurando apenas atrás dos Estados Unidos.
Como acontece com boa parte dos medicamentos da família das anfetaminas, a ritalina "chafurda" a ilegalidade, com jovens procurando a euforia química e o emagrecimento sem dispor de receita médica. Fala-se muito que, se não fizer o tratamento com a ritalina, o paciente se tornará um delinquente.
"Mas nenhum dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona", critica a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro. Mais vale a orientação familiar”, encoraja a pediatra, que concedeu entrevista, ao Portal Unicamp.
Segundo a pediatra, a ritalina aumenta a concentração de dopaminas (neurotransmissor associado ao prazer) nas sinapses, mas não em níveis fisiológicos. "É certo que os prazeres da vida também fazem elevar um pouco a dopamina, porém durante um pequeno período de tempo. Contudo, o metilfenidato aumenta muito mais. Assim, os prazeres da vida não conseguem competir com essa elevação. A única coisa que dá prazer, que acalma, é mais um outro comprimido de metilfenidato, de anfetamina. Esse é o mecanismo clássico da dependência química. É também o que faz a cocaína", explica a médica.
Entre os sintomas da droga apontados por Cida Moysés, a lista é enorme. Se a criança já desenvolveu dependência química, ela pode enfrentar a crise de abstinência, surtos de insônia, sonolência, piora na atenção e na cognição, além de surtos psicóticos, alucinações e correm o risco de cometer até o suicídio.
"São dados registrados no Food and Drug Administration (FDA). São relatos espontâneos feitos por médicos. Não é algo desprezível. Além disso, aparecem outros sintomas como cefaleia, tontura e efeito zombie like, em que a pessoa fica quimicamente contida em si mesma. Verificando tudo isso, a relação de custo-benefício não vale a pena. Não indico metilfenidato para as crianças. Se não indico para um neto, uma criança da família, não indico para uma outra criança", finalizou.
Fonte: Portal Unicamp
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